Imagine uma situação na qual a raça humana desapareça por completo da Terra. É uma ideia comumente adotada pela ficção, mas que muitas vezes é pouco explorada.
Então, o que aconteceria com a Terra se os seres humanos sumissem para sempre?
Parece que para a Terra não teria quase diferença, já que nosso planeta seria capaz de apagar todos os nossos rastros. O vídeo reflete sobre a nossa extinção e o passar do tempo aqui na Terra. Como o planeta mudaria depois de horas, dias, meses e por aí vai.
Por exemplo, depois de algumas horas todas as luzes do planeta começariam a se apagar. As redes elétricas não funcionariam pela falta de trabalhadores. Toda e qualquer fonte de energia se tornaria só mais um objeto do passado, exceto pelas hidroelétricas que poderiam continuar funcionando por meses e até anos sem os humanos.
Após 4 a 20 anos | Os animais domésticos voltariam ao estado feral.
Esse período representa duas a 10 gerações de espécies como cachorros, porcos e bois. Ser fera está nas características genéticas desses animais, mas isso é reprimido pelo convívio com os humanos. Sem nós, eles sofreriam até mudanças físicas. Cães ficariam mais parecidos com lobos (e voltariam a viver em matilhas) e porcos, com javalis.
Após 20 anos | O trecho urbano do rio Tietê ficaria 100% limpo.
Sem lixo químico – ou mesmo os dejetos orgânicos produzidos pelos humanos – sendo despejado no trecho que atravessa a cidade de São Paulo, o rio Tietê entraria em um processo de autolimpeza. Em duas décadas, estaria tão limpo e piscoso quanto antes de os portugueses chegarem ao Brasil.
Após 70 anos | A camada de ozônio estaria sem buraco nenhum.
Para sua recuperação total, bastaria a parada na emissão de gases como CFC e amoníaco.
Após 300 anos | A temperatura média global começaria a cair.
O fim da emissão de CO2 por veículos, indústrias e queimadas brecaria na hora o aquecimento global. A temperatura se estabilizaria nos atuais 14,7 °C (prevê-se que ela subirá até 5 °C até o fim do século).
Em até 1 000 anos | Todo o lixo produzido no mundo “desapareceria”.
O lixo orgânico – restos de alimentos e carcaças de animais, por exemplo – seria consumido por insetos, bactérias e fungos em um tempo relativamente rápido, em cerca de 500 anos. Os outros 500 são culpa do lixo inorgânico – como metais, plástico e vidro –, cujo processo de reabsorção pela natureza é muito mais demorado.
Após 1 000 anos | As construções apodreceriam até sumir.
Sem manutenção, o concreto de um prédio começaria a apresentar fissuras e rachaduras em 100 anos. Em 500 anos, com as estruturas metálicas se desmanchando em ferrugem, o prédio cairia. Em mais 500 anos tudo viraria pó.
Após 5 mil anos | A Mata Atlântica engoliria são paulo.
Depois do esfacelamento das construções e do desaparecimento da cobertura asfáltica, ainda seria necessária a recuperação do solo para que árvores de grande porte pudessem ocupar o terreno – isso levaria de 3 mil a 5 mil anos.
Após milhões de anos | O petróleo abundaria.
O processo de decomposição que forma o petróleo nunca cessou, mas é muito lento. Sem a extração, as reservas de petróleo levariam de muitos milhões a poucos bilhões de anos para voltar ao nível do século 19, antes da exploração maciça.
Veja este vídeo da NETGEO sobre o assunto
( caso não saiba inglês ative as legendas )
Fontes: 1 e 7 Marcus Vinícius Vieira, do Depto. de Ecologia da UFRJ; 2, 5 e 8 Gisela Shimizu, do Depto .de Ecologia do Instituto de Biociências da USP; 3 e 4 Maria de Fátima Andrade, do Depto. de Ciências Atmosféricas do Instituto Astronômico e Geofísico da USP; 6 Julio Fruchtengarten e Fabio Pannoni, da Escola Politécnica da USP.