Uma equipe de cientistas da NASA revelou os primeiros resultados dos experimentos de condensação de Bose-Einstein a bordo da Estação Espacial Internacional, onde partículas podem ser manipuladas livres das restrições de gravidade
Recentemente uma física fez história ao recriar o quinto estado da matéria trabalhando em casa usando a tecnologia quântica. A Dra. Amruta Gadge, criou com sucesso um Condensado Bose-Einstein (BEC) nas instalações da Universidade de Sussex. O único detalhe é que ela fez isso, remotamente, em sua sala de estar a três quilômetros de distância.
Agora, cientistas fazem história novamente, criando um Condensado de Bose-Einstein (BEC) na Estação Espacial Internacional. Esta é a primeira vez que o quinto estado da matéria observado no espaço.
O que é um Condensado Bose-Einstein (BEC)?
Os condensados de Bose-Einstein (BECs) – cuja existência foi prevista por Albert Einstein e pelo matemático indiano Satyendra Nath Bose quase um século atrás – são formados quando átomos de certos elementos são resfriados a quase zero absoluto (0 Kelvin, menos 273,15 Celsius).
Um BEC consiste em uma nuvem de centenas de milhares de átomos de rubídio resfriados a temperaturas de nanokelvin. Essas temperaturas são mais de um bilhão de vezes mais frias que o congelamento.
Nesse ponto, os átomos assumem uma propriedade diferente e se comportam juntos como um único objeto quântico. Este objeto quântico possui propriedades especiais que podem detectar campos magnéticos muito baixos.
O quinto estado da matéria observado no espaço pela primeira vez
Uma equipe de cientistas da NASA divulgou os primeiros resultados das experiências do BEC a bordo da Estação Espacial Internacional, onde partículas podem ser manipuladas livres de restrições terrestres.
Em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores descrevem as várias diferenças entre as propriedades dos BECs criados na Terra e a bordo da ISS.
Segundo o artigo, os BECs em criados em laboratórios terrestres geralmente duram vários milissegundos antes de se dissiparem.
Mas a bordo da Estação espacial, os BECs duraram mais de um segundo. Isso permitiu que a equipe pudesse estudar mais detalhadamente as suas propriedades.
Graças a microgravidade, os pesquisadores também puderam manipular átomos através de campos magnéticos mais fracos, acelerando o resfriamento e permitindo imagens muito mais nítidas.
Um grande avanço para a física quântica
Criar o quinto estado da matéria já não é uma tarefa fácil, e as coisas ficam ainda mais difíceis se você está tentando fazer isso no espaço.
Quando os pesquisadores criaram o BEC na a bordo da ISS, eles puderam observar os átomos à medida que eles flutuam totalmente não confinados por forças externas e, além disso, o estudo de BECs em microgravidade abriu uma série de oportunidades de pesquisa.
O estudo foi publicado na revista Nature, clique aqui para acessá-lo.
Fontes: Revista Nature | socientifica |